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A força de Tite e a fraqueza de Adriano

13 de março de 2012

Na opinião deste que vos escreve, o melhor personagem deste elenco do Corinthians, desde a temporada passada, é Tite. Estigmatizado como um técnico retranqueiro e que insiste em encher o campo de volantes, o gaúcho começa a se destacar – em partes -, naquilo que Vanderley Luxemburgo tentar ser, há muito tempo: um manager. Além do ótimo manejo com os atletas do time, sabendo quando cobrar e quando acalentar, Tite ganha cada vez mais respeito, credibilidade e importância nos rincões alvinegros.

Primeiro foi o baque da eliminação para o Tolima (sim, o Tolima!), na pré-Libertadores de 2011. Andrés Sanchez, então presidente do Corinthians, lidou com a situação com rédeas curtas, e manteve o treinador. Meses depois, o atrito de Chicão com Tite, que deveria ter se transformado em um maremoto, acabou sendo uma marolinha. Do posto de capitão do time à condição de segundo reserva da zaga corinthiana, foram, apenas, 30 dias. Tite soube manifestar, de forma coerente e sem solavancos, a possível “crise” no elenco. Deu tão certo que a equipe foi campeã do torneio nacional, Chicão, quando joga, se apresenta bem, e os jogadores vêem no técnico uma figura muito mais paterna do que, somente, hierárquica.

Adriano não sabia com quem vinha lidando. Recebeu afagos, folgas, apoio e confiança de Tite e comissão técnica, e a jogou na latrina. Faltas, atrasos, viagens sem volta para o Rio de Janeiro, desleixo com a fisioterapia e a insistente e contínua mesa de bar fizeram o Imperador de Roma (sic) atear fogo em seu próprio império. O técnico lhe deu chances em campo, no banco, na imprensa, entre os outros jogadores, e nada. Agora, definitivamente aposentado do futebol profissional, Adriano leva um aprendizado na bagagem: em terras tupiniquins e republicanas, um cacique gaúcho é quem manda.

O Corinthians fez bem em pedir a rescisão de contrato. Não deve ter de pagar a multa, pois pelas normas vigentes no contrato com o jogador, o camisa 10 conseguiu sair do Timão com uma mão na frente, outra atrás. Aos que dizem que o prejuízo financeiro foi o maior mico dessa contratação, uma análise importante: em 10 jogos, Adriano atuou mal, mas marcou dois importantes gols: um deles solidificou a caminhada da equipe ao Campeonato Brasileiro 2011, e outro, garantiu a liderança de um Campeonato Paulista de menor importância, mas que também deu a Tite a tranquilidade de escalar reservas para as próximas partidas, já classificado para a fase mata-mata. No frigir dos ovos, levando em consideração que o centro-avante jogou por cerca de 300 minutos, teve média de 1 gol a cada 150 minutos (pouco menos de 2 partidas, ou 0,5%/gols por jogo completo).

ps: sobre a saída de Ricardo Teixeira e a entrada de José Maria Marin na CBF é como uma substituição no futebol, aos 48 do segundo tempo – sai o camisa 6, entra o camisa meia dúzia. Mano Menezes deve ser demitido, antes das Olimpíadas.