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Eleições 2012 – não estou nem aqui

17 de julho de 2012

É bem complicado para mim, que gosta de política – sim, eu gosto – dizer isso, mas torna-se inevitável: estou cagando e andando para as eleições municipais de 2012. Em São Paulo existem tantas, mas tantas opções de avaliação extremamente duvidosa que, no frigir dos ovos, a população vai continuar a ter o que sempre quis e lhe agrada, há mais de uma década: o mais do mesmo.

Entre Josés e feridos, salva-se, talvez, uma candidatura. Soninha Francine, ex-PT, atual PPS. Na verdade, desde 2004, a ex-VJ da MTV deixou claro uma coisa muito importante para os “jovens”, seu público-alvo: reme contra a maré, mas pelo Twitter. Suas ácidas campanhas na internet, baseadas na teoria da conspiração e no mantra do “se eu consigo, todos conseguem”, geram novos adeptos a cada dia. No geral, seus eleitores são constituídos daquilo que sobra da peneira, ou seja, o senso-comum. É a nova geração cara pintada, que não vai às ruas por medo do trânsito assassino de São Paulo e da poluição causada por todos os veículos que não sejam bicicletas. É patética, por fim, e por isso é a única que se salva. Rende boas risadas, ao menos.

De outro lado, também mendingando apoio àqueles que mal sabem o que é votar, estão candidatos menores, mas não menos interessantes, como o folclórico boxeador e sambista, Netinho de Paula, o pensador cristão Gabriel Chalita, o exterminador de arco-íris Carlos Giannazi e o criador do aerotrem e dos rios subterrâneos, Levy Fidelix. Todos fazem parte daquele momento da propaganda eleitoral em que vale a pena aumentar o volume e prestar bastante atenção. Jerry Seinfeld não faria melhor. Nenhum deles têm o apoio da parte mais jovem do eleitorado (com exceção de Chalita, por parte de seus leitores).

Existem, também, candidatos que se deleitam com a simpatia daqueles  que não acreditam mais no PSTU, PCO (os ex-revolucionários, que receberam o primeiro boleto do financiamento do imóvel), entre outros. São eles: Paulinho da Força e Luiz Flávio Borges D`Urso, do PDT e PTB, respecitvamente. Na verdade, essa parcela dos votos (os que vão para os radicais esquerdistas, e os que vão para os centro-esquerda apataquinhos) acabam se diluindo entre vestibulandos, estudantes e alguns poucos servidores públicos. Logo, uma parcela ínfima da população – para o bem e para o mal.

No filão mais disputado das urnas, José “bolinha de papel” Serra, Fernando “provão” Haddad e Celso “bom para ambas as partes” Russomano. Confesso que o último da lista é o único que, talvez, poderia me arrancar um voto. Mas o fator que me faz mudar de ideia, é justamente o de ser um jornalista a concorrer ao cargo parlamentar mais importante de um município: não se deve acreditar em jornalistas. O que dizer de “doutores” formados no Chile ou candidatos escolhidos a dedo para angariar votos de quem não é o mote de ação de seu partido?

A grande verdade é que Serra irá, sim, vencer. E com certa facilidade, diga-se de passagem. Novamente. Por mais 2 ou 4 anos, dependendo de suas ambições – quase infinitas – políticas, teremos um apático prefeito da maior cidade do Brasil, que precisa, justamente, de alguém com coragem de fazer aquilo que muitos podem achar inadequado, mas que atende a quem mais precisa, como foi feito há alguns anos atrás. O problema é que o rico paulistano, ao ter o bolso revirado, se revolta contra quem se revolta.

Pobre São Paulo, pobre paulista(no).